Edições Avante, 1979
Comovente. Mas de modo diferente de Capitães da Areia, de Jorge Amado, livro de que nos lembramos logo. E que antecede este de poucos anos: Capitães da Areia é de 1937 e Esteiros é de 1941. Soeiro Pereira Gomes pode nem tê-lo lido, já que a censura do Estado Novo não o devia permitir.
De qualquer modo, Esteiros é mais da vida real, portanto com menos solidariedade, menos romantizado, menos épico, menos ligado à marginalidade e à criminalidade - se bem que há que ponderar em como podemos, de consciência limpa, exigir moralidade daqueles que são tratados sem moralidade nenhuma?
Na verdade, Esteiros está mais ligado a uma sociedade que pretende marginalizados, conformistas e obedientes, ie, mão de obra barata.
O que tem de semelhante com Capitães da Areia é utilizar igualmente uma linguagem lírica para o que não o é, a miséria e a morte.
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