quinta-feira, 27 de dezembro de 2018

Patrick Modiano, "No Café da Juventude Perdida", Edições ASA II, 2009

(p.88)
«(...) Hoje, apercebo-me de que não era apenas uma linha de conduta que ela procurava ao ler os fascículos verde-claros e a biograffia de Louise de Néant. Louki queria evadir-se, fugir cada vez para mais longe, romper de maneira brutal com a vida corrente, para respirar ao ar livre. E depois havia também o pânico, de vez em quando, perante a perspectiva de encontar os comparsas que ficaram para trás e que podem vir pedir contas. Tinha de se esconder para escapar a estes chantagistas à espera do dia em que estivesse definitivamente fora do seu alcance. Lá no alto, muito em cima. (...)»

Também este livro, tal como Doutor Pasavento de Enrique Vila-Matas, trata do anseio por desaparecer, por desligar-se de todas as amarras que nos prendem a alguém que já não somos nós, alguém que já não queremos ser.

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