Paulinas Editora, 2020
O Papa Francisco, com a sua Carta Encíclica sobre a Fraternidade e a Amizade Social, Fratelli Tutti, assinada a 3 de Outubro de 2020, desafia-nos a tod@s a refletir sobre a nossa humanidade comum e a encontrar, em conjunto, novas vias para a tornar mais real.
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1. «FRATELLI TUTTI»: escrevia São Francisco de Assis, dirigindo-se a seus irmãos e irmãs para lhes propor uma forma de vida com sabor a Evangelho. Destes conselhos, quero destacar o convite a um amor que ultrapassa as barreiras da geografia e do espaço; nele declara feliz quem ama o outro, «o seu irmão, tanto quando está longe, como quando está junto de si». Com poucas e simples palavras, explicou o essencial duma fraternidade aberta, que permite reconhecer, valorizar e amar todas as pessoas independentemente da sua proximidade física, do ponto da terra onde cada uma nasceu ou habita.
Este desafio da fraternidade penso que é dirigido, primordialmente, a nós que estamos em maior posição de poder e com mais recursos, relativamente àqueles que estão mais destituídos de ambos.
Porém, temos que estar atentos para não cedermos à ilusão de, irrealisticamente, atribuirmos aos destituídos riquezas, benefícios e poder que eles realmente não têm – notemos, por exemplo, a forma como muitas pessoas julgam erradamente a globalidade dos ciganos.
No sentido contrário, dos fracos para os fortes, será mais questionável e teremos de ter mais cuidado: deverei amar quem me agride, me oprime, me explora e me subjuga?
O Mahatma Gandhi responderia claramente que sim, mas (atenção!) com o dever rigoroso de esse amor incluir tanto uma vontade inflexível, como uma ação sem desvios, direcionadas a ajudar o outro a alcançar o melhor de si mesmo (levando a que, assim, ele pare de fazer mal).
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